Hoje vamos falar de retratamento com Upadacitinibe, visto que falha secundária é um dos grandes medos quando suspendemos as drogas imunomoduladoras.
Este post faz parte de nossa série de artigos que fala como os Inibidores de JAK vão mudar a dermatologia
Uma das grandes dúvidas que temos no tratamento das doenças imunomediadas é:
Quando podemos parar o tratamento?
Essa é a proposta do artigo – Retreatment with upadacitinib in atopic dermatitis: experience in clinical practice
O objetivo dos tratamentos das doenças imunomediadas é o controle dos sintomas e limitar a progressão, pois sabemos a cura ainda não conseguimos proporcionar.
Será que se suspendermos o upadacitinibe, manteremos a eficácia da medicação no caso de reintrodução da mesma?
Esta é uma das vantagens teóricas do inibidores de JAK, quando comparados com os imunobiológicos.
Não temos a produção de autoanticorpos contra os inibidores de JAK, logo a perda de resposta seria improvável.
Com o intuíto de sair da teoria, o artigo avalia 03 casos de reintrodução do upadacitinibe. Em todos os casos houve resposta com a medicação
Em dois desses casos o paciente estava em uso de imunobiológico (dupilumabe em um e o traliquinumabe no outro) que não foram capazes de controlar a doença, mas o upa controlou.
Similarmente um estudo fase 02 estimou que em 81% dos casos de interrupção do upadacitinibe voltam a precisar da medicação e que na reintrodução a eficácia se mantém.
Este estudo avalia 03 casos graves fato que abre uma janela de oportunidade terapêutica.
Eu vejo o upadacitinibe como uma medicação interessante para o controle de surtos de agudização dos sintomas. Em contrapartida aos imunobiológicos os inibidores de JAK podem ser armas no controle de crises e não apenas utilizadas para o controle de longo prazo.
E ao ler este artigo eu pergunto: você faria retratamento com Upadacitinibe?
Eu faria
Não deixem de estudar os inibidores de JAK, pois cada vez mais iremos usa-los em nossa rotina e no tratamento e retratamento de nossos pacientes.