Neste artigo vamos falar dos inibidores de JAK no prurigo nodular, como parte da nossa série de artigos listada no post Inibidores de JAK vão mudar a dermatologia
O prurigo nodular é de difícil controle, pois é uma doença crônica, recidivante refratária aos medicamentos usuais.
Mais recentemente, esta doença foi enquadrada dentro do grupo das doenças com perfil Th2 e também como um subtipo da dermatite atópica do idoso, como um fenótipo a parte.
Dessa forma, o prurigo nodular é uma doença de perfil Th2
A publicação Comparison between dupilumab and oral Janus kinase inhibitors in the treatment of prurigo nodularis with or without atopic dermatitis in a tertiary care center in Singapore, compara duas medicações utilizadas nas doenças perfil Th2:
- Dupilumabe
- Inibidores de JAK
- Baricitinibe
- Upadacitinibe
Apesar dos autores apresentarem o artigo como de coorte, na minha interpretação trata-se de uma série de casos.
De forma retrospectiva os autores compararam a resposta dos pacientes portadores de prurigo nodular, com ou sem dermatite atópica, tratados com dupilumabe (36 pacientes) com os tratados com inibidor de JAK (13 pacientes com baricitinibe ou upadacitinibe)
O objetivo do trabalho é avaliar o impacto de cada medicação nos diferentes parâmetros do prurigo e dessa forma compara-los. Vale ver a tabela do artigo
Alguns aspectos chamaram a atenção:
- O tempo da primeira resposta foi de 3.65 semanas para o inibidor de JAK em contraste com 10.7 semanas para o dupilumabe;
- Ao longo de 10 semanas a redução do prurido foi levemente superior para os tratados com dupilumabe, porém essa diferença não teve significância estastística
- Todos os pacientes incluídos tinham histórico de tratamento com alguma outra medicação
- O número de infecções cutâneas foi maior no grupo que utilizou os inibidores de JAK
- Melhor respota das lesões de cabeça e pescoço com inibidores de JAK
- Tratamento tópico ou intralesional esteve associado em todos os pacientes
O artigo que mostra uma ação mais rápida dos inibidores de JAK, porém com um melhor controle da doença em longo prazo com o dupilumabe.
Mesmo sem termos todas as respostas, inegavelmente estamos diante de duas excelente opções terapêuticas para uma doença que até pouco tempo era de difícil controle.