Regiões Anatômicas e Upadacitinibe é uma pergunta que pode não fazer sentido se você não está acostumado a tratar dermatite atópica.
O que acontece na prática é que temos uma resposta heterogênea das diferentes regiões anatômicas.
Ou seja, a região da cabeça e pescoço normalmente responde mais lentamente que a região dos membros inferiores.
Já discutimos em outro artigo da série como os Inibidores de JAK vão mudar a dermatologia.
No outro artigo os outros autores utilizaram o upadacitinibe em pacientes que mantinham lesões de cabeça e pescoço apesar do uso do dupilumabe.
Caso não tenha lido, segue o link para você ler depois o artigo – Effectiveness and safety of upadacitinib in patients with face and neck atopic dermatitis unresponsive to dupilumab
Já no artigo The differential effects of upadacitinib treatment on skin rashes of four anatomical sites in patients with atopic dermatitis os autores intencionam avaliar cada unidade anatômica em relação ao tempo de resposta
Seria para determinar se temos áreas de difícil controle
O conceito de áreas de difícil controle é bem conhecido na psoríase, principalmente após o uso dos imunobiológicos.
De definição não consensual entendo como as áreas difícil controle são aquelas mais resistentes ao tratamento, ou seja, apesar de melhora global ficam “ilhas” de doença persistente.
Falando de forma simples, as áreas de difícil controle são as áreas da pele que não conseguimos tratar
Na psoríase, temos o couro cabeludo, a pele volar, a região anterior da perna como exemplos.
No caso da dermatite atópica, a região de cabeça e pescoço, tem se mostrado particularmente resistente ao uso do dupilumabe.
Com a chegada dos inibidores de JAK, estamos vendo uma excepcional resposta ao tratamento.
Como nos estudos, avaliamos os pacientes com Scores, dessa forma gente perde um pouco a noção regional do tratamento.
A pergunta objetiva que o artigo se propõe a avaliar é se temos diferentes respostas para diferentes regiões anatômicas.
É uma série de 65 casos de dermatite atópica grave (EASI>7), que foram avaliados, de forma retrospectiva, após o uso de upadacitinibe.
Na análise, além de olharem para o EASI 75 • 90 • 100, também olharam o impacto do tratamento nas diferentes regiões anatômicas: cabeça e pescoço, membros superiores, membros inferiores e tronco.
Antes de mais nada, segue um dado interessante, que coroobora as observações clínicas: pacientes em uso de Dupilumabe mantinham lesões na região de cabeça e pescoço.
Do ponto de vista evolutivo os autores observaram os seguinte:
- Melhora mais significativa nas primeiras 04 semanas
- Resposta continuada, porém mais lenta, até a semana 12
- Até a semana 24 notam pouca ou nenhuma melhora
Quando avaliaram quem atingiu uma melhora de 100% no EASI, ou seja o EASI 100, os autores identificaram que os pacientes que alcassavam esse índice chegava em 4 semanas.
Os pacientes que atingiram o EASI 100 conseguiram rapidamente em 4 semanas
Já, em relação ao EASI 75 e 90, houve casos em que o ínidice foi alcançado ao longo do tempo de avaliação.
Com o intuito de indenficarem fatores externos com impacto no tratamento com upadacitinibe, os autores realizaram avaliações correlações com gênero, indicadores laboratoriais, faixa etátaria.
Não há fatores que influenciem a resposta regional ao tratamento
No geral a velocidade de resposta e qualidade de resposta ao upadacitinibe responde a seguinte ordem (do mais rápido para o mais demorado):
- membros inferiores
- membros superiores
- tronco
- cabeça e pescoço.
Regiões Anatômicas e Upadacitinibe é uma relação interessante e inegavelmente vai nos demandar ações específicas.
Eu te pergunto se você tivesse lesões nas pernas e no rosto, onde você gostaria de melhorar primeiro?
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